Bioconstrução Casa na Praia
Bioconstrução
18/05/2010 — Caco Araújo
Dupla
de arquitetos mostra como a bioconstrução vai além da preservação
socioambiental e prova, ainda, como a prática é um investimento
bastante lucrativo.
O projeto: Conscientizar famílias sobre o uso da biocontrução.
O
propósito: Provar que não é preciso ser ativista de algum grupo
ambientalista para agir em favor da natureza e que é possível erguer
uma casa confortável, prática, saudável e ecologicamente correta.
Esses
são os desafios da dupla de arquitetos Marcelo Todescan e Frank
Siciliano, diretores da Todescan Siciliano Arquitetura. Com o intuito
de conscientizar moradores de grandes metrópoles, os dois arquitetos
desenvolveram um projeto utilizando a técnica japonesa “Tsuchi Kabe”,
usada na construção de templos budistas, casas de luxo e edificações no
estilo tradicional. “Usamos a técnica japonesa por sua tradição
milenar e por ser uma solução socioambiental”, afirma Marcelo Todescan.
De acordo com os arquitetos, essa é uma técnica simples e fácil de
fazer, pois utiliza matérias-primas naturais, como pedras nos
alicerces, paredes leves e finas, de estrutura em madeira reciclada,
bambu, terra e argila. Eles explicam ainda que obras
bioconstrutivas fazem bem à saúde. “Casas com paredes de barro
controlam a umidade e a temperatura interna da residência é muito
melhor do que a de alvenaria convencional”.
Mostrar
que qualquer pessoa pode construir ou reformar adotando técnicas
alicerçadas na bioconstrução não é difícil. O mais complicado talvez
seja convencer o futuro morador a colocar a “mão na massa”. “Amassar
barro para erguer as paredes da casa dá a verdadeira importância de
fazer parte, de interagir com o meio ambiente e dar referência ao que é
nosso”, ressalta Andréa Palma, proprietária de uma casa ecológica.
Segundo
os arquitetos, a técnica da bioconstrução é uma forma conceitual que
vai além da manifestação arquitetônica, que possibilita a elevação da
auto-estima do morador e o torna ativo, já que este participa de todo o
processo construtivo. “O fato de criarmos alternativas viáveis para a
construção e manutenção de comunidades sustentáveis garante qualidade
de vida as futuras gerações”, conta Frank Siciliano.
Segundo
a dupla, as pessoas podem optar por construções inteiras ou reformas
parciais. “Construir um prédio de pau-a-pique e barro é complicado,
porém nada impede usar esse material natural nas paredes internas dos
apartamentos”. Além disso, há outros materiais que podem substituir os
convencionais, como móveis feitos de madeiras recicladas, lâmpadas mais
eficientes para consumir menos, aquecedor no lugar do chuveiro
elétrico, entre outros. “Em nossos projetos tudo gira em torno do
consumo consciente”, afirmam.
Marcelo
Todescan e Frank Siciliano explicam que o projeto bioconstrutivo não é
tão caro como se pensa, já que é possível adequar a residência a
projetos como captação e reuso de água, tratamento de esgoto, captação
de energia solar e utilização de matérias-primas da região. “A
possibilidade de integrar as necessidades de conforto e qualidade de
vida a uma forma ética e sustentável de viver é a grande sacada deste
segmento”, conclui os arquitetos da Todescan Siciliano Arquitetura,
Marcelo Todescan e Frank Siciliano.
“Creio
que valores monetários não são tão importantes. Afinal, técnicas
ecologicamente corretas e que estimulam a integração social, reforçando
os relacionamentos com vizinhos, amigos e familiares não tem preço.
Construir nossa casa é como construir um templo, pois estamos criando
um espaço sagrado no qual vamos passar grande parte de nossas vidas”,
revela Enjo, monge budista responsável pela celebração do ritual
“Tsuchi Kabe”.
Os arquitetos
Marcelo Todescan e Frank Siciliano são os profissionais responsáveis
pela nova roupagem da rede McDonald’s na América Latina, rede de
Hospitais Vita, nova sede do Instituto Bacarelli e estão frente do
projeto de sustentabilidade Gaia Education no Brasil, que visa
multiplicar o conceito sustentável. Além dos projetos corporativos, a
dupla é especialista em projetos residenciais que utilizam à técnica da
bioconstrução.
Autor: Fabiana Borja
Fonte: Agência Maxpressnet
Fonte: Agência Maxpressnet
Nenhum comentário:
Postar um comentário